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Como surgiu o Setembro Amarelo?

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A cada 40 segundos, uma vida é perdida para o trágico ato do suicídio em algum canto do nosso planeta. Essa alarmante estatística, divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ecoa como um chamado urgente para enfrentarmos um desafio global de saúde pública que muitas vezes permanece nas sombras: a questão do suicídio. Diante desse cenário desafiador, surge uma luz de esperança e conscientização: o movimento “Setembro Amarelo”.

Em um ano, mais de 800 mil pessoas enfrentam uma jornada dolorosa e desesperadora que as leva ao suicídio, de acordo com a OMS. Ainda mais perturbador é o fato de que, entre jovens com idades entre 15 e 29 anos, o suicídio ocupa o triste posto de segunda principal causa de morte, conforme os dados levantados pela instituição em 2016. Essas estatísticas cruas e devastadoras evidenciam a necessidade premente de uma abordagem mais ampla e sensível em relação ao tema.

É nesse contexto que o Setembro Amarelo se insere como uma iniciativa fundamental. Lançada no Brasil em 2015, essa campanha de prevenção ao suicídio tem como objetivo principal popularizar a discussão sobre a temática, identificar sinais de alerta e fomentar a prevenção de modo a salvar vidas e oferecer esperança.

A Origem e a Inspiração

A origem do Setembro Amarelo remonta a uma história comovente que transpassou fronteiras e se transformou em uma poderosa força de mudança. Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, a vida de um jovem de 17 anos chamado Mike Emme chegou a um fim trágico através do suicídio. Mike era proprietário de um icônico Mustang 68 amarelo, que acabou se tornando um símbolo de sua história e legado.

No dia do velório de Mike Emme, seus entes queridos - pais e amigos - decidiram adotar uma ação simbólica, porém profunda. Eles amarraram cartões com mensagens de apoio a fitas amarelas e distribuíram-nas como gesto de compaixão e empatia para qualquer pessoa que pudesse estar enfrentando problemas emocionais. Esse ato gentil e corajoso desencadeou uma onda de prevenção ao suicídio que transcendeu fronteiras e se espalhou por todo o mundo.

Esse movimento inspirador encontrou solo fértil no Brasil. Impulsionado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Setembro Amarelo foi adotado em solo brasileiro em 2015. A fita amarela, que simboliza a mensagem de esperança, tornou-se o ícone central dessa campanha, uma lembrança constante de que mesmo nas horas mais escuras, há uma luz que pode guiar o caminho.

A Importância da Campanha

Além de lançar luz sobre uma questão tão delicada, o Setembro Amarelo desempenha um papel crucial na disponibilização de informações e opções de tratamento para o público em geral. O tabu que historicamente envolve o tema do suicídio muitas vezes impede conversas abertas e francas sobre o assunto, levando muitos a sofrerem silenciosamente e evitarem buscar ajuda.

Uma das barreiras mais significativas para a discussão do suicídio é a falsa percepção de que essa tragédia é algo distante, que afeta poucas vidas. No entanto, a realidade, como destacada pela OMS, é muito diferente. O Setembro Amarelo desafia essa percepção errônea, ampliando a conscientização e desmantelando mitos, a fim de criar uma sociedade mais informada e compassiva.

Mais sobre o movimento

A campanha Setembro Amarelo busca desmistificar o tabu em torno do tema do suicídio, encorajando conversas abertas e sinceras sobre saúde mental. Muitas vezes, o silêncio e a estigmatização em torno desse assunto sensível podem criar barreiras que impedem as pessoas de procurar ajuda quando mais precisam. Ao adotar uma abordagem proativa, a campanha visa criar um ambiente onde os indivíduos se sintam à vontade para compartilhar suas lutas, buscando apoio sem medo de julgamentos.

Um dos principais pilares do Setembro Amarelo é a disseminação de informações sobre sinais de alerta e como agir diante de alguém que possa estar em risco. A campanha oferece recursos educativos e treinamentos para capacitar amigos, familiares, educadores e profissionais de saúde a identificar os sinais de que alguém está em perigo e a fornecer o suporte necessário.

Além disso, durante todo o mês de setembro, uma série de eventos, palestras e ações sociais são realizados para envolver comunidades e sensibilizar a sociedade sobre a importância da saúde mental. As redes sociais e os meios de comunicação desempenham um papel vital na disseminação da mensagem do Setembro Amarelo, atingindo uma audiência global e incentivando a participação ativa na causa.

É importante ressaltar que o Setembro Amarelo não é apenas uma campanha isolada, mas parte de um movimento maior que busca promover mudanças significativas nas políticas de saúde mental e na atitude das pessoas em relação ao tema. Através de esforços contínuos, o movimento visa quebrar os estigmas associados à busca de ajuda e garantir que recursos adequados estejam disponíveis para aqueles que necessitam de apoio.

Em conclusão, o Setembro Amarelo é muito mais do que uma simples campanha de conscientização. É um chamado à ação, uma oportunidade de unir forças para abordar um problema complexo e delicado que afeta inúmeras vidas em todo o mundo. À medida que a campanha ganha visibilidade e adesão, a esperança é que mais pessoas se sintam encorajadas a compartilhar suas histórias, buscar ajuda e, em última instância, encontrar caminhos para a recuperação e a renovação da esperança. Neste Setembro Amarelo, vamos nos unir para iluminar o caminho daqueles que enfrentam momentos difíceis e lembrá-los de que eles não estão sozinhos.

Saiba mais sobre o tema em:

Setembro Amarelo