Última atualização:

Direitos que todo trabalhador com burnout deve saber

direitos-que-todo-trabalhador-com-burnout-deve-saber-img

A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma condição cada vez mais reconhecida no ambiente de trabalho moderno. Este fenômeno, que resulta do estresse crônico e não gerenciado, manifesta-se por meio de exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal.

É vital que os trabalhadores conheçam seus direitos quando diagnosticados com essa condição, pois o reconhecimento e o tratamento adequados são essenciais para a recuperação e a proteção dos direitos trabalhistas. Este artigo detalha os principais direitos e benefícios que os trabalhadores com Síndrome de Burnout devem conhecer.

Entendendo a Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout é caracterizada pelo esgotamento emocional extremo, atitudes negativas e cínicas em relação ao trabalho e uma sensação de falta de realização pessoal. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional, a condição está diretamente ligada ao ambiente de trabalho e é resultado de longos períodos de estresse sem gerenciamento adequado. Trabalhadores que passam longas horas em ambientes de alta pressão, com responsabilidades excessivas e condições de trabalho precárias, são os mais suscetíveis a desenvolver essa síndrome.

Primeiros 15 dias de afastamento

Quando diagnosticado com Síndrome de Burnout, o trabalhador tem direito a um afastamento inicial de 15 dias, durante os quais o empregador deve continuar a pagar o salário normalmente. Este período é crucial para que o trabalhador possa iniciar seu processo de recuperação sem se preocupar com a perda imediata de renda. Caso o afastamento ultrapasse os 15 dias, o trabalhador passará a receber o auxílio-doença acidentário do INSS, desde que comprovada a incapacidade para o trabalho.

Auxílio-doença acidentário

O auxílio-doença acidentário é um benefício previdenciário concedido pelo INSS aos trabalhadores que se encontram incapacitados temporariamente de exercer suas atividades laborais devido a doenças ocupacionais, como a Síndrome de Burnout. Para receber o benefício, é necessário passar por uma avaliação médica do INSS. O valor do auxílio-doença é calculado com base na média salarial dos últimos 12 meses de contribuição, garantindo um suporte financeiro durante o período de recuperação.

Estabilidade após o retorno ao trabalho

Após o período de afastamento e tratamento, ao retornar ao trabalho, o trabalhador tem garantido por lei um período de estabilidade de 12 meses. Isso significa que o empregador não pode demitir o trabalhador sem justa causa durante este período. Caso a demissão ocorra, o empregador deve readmitir o trabalhador e pagar todos os direitos trabalhistas devidos. Esta estabilidade é uma forma de proteger o trabalhador enquanto ele se readapta ao ambiente de trabalho e retoma suas atividades.

Aposentadoria por invalidez

Em casos mais graves, onde a Síndrome de Burnout resulta em uma incapacidade permanente para o trabalho, o trabalhador pode ter direito à aposentadoria por invalidez. Para isso, é necessário que um laudo médico confirme a incapacidade permanente, e a condição seja reconhecida pelo INSS. O benefício pode ser igual à média das contribuições previdenciárias feitas durante a carreira do trabalhador.

Recolhimento do FGTS durante o afastamento

Durante o período de afastamento por doença ocupacional, como a Síndrome de Burnout, o trabalhador continua a ter direito ao recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O empregador deve continuar a fazer os depósitos mensais no FGTS do empregado, mesmo durante o afastamento. Este direito é fundamental, pois assegura que o trabalhador não perca os benefícios associados ao FGTS, como o uso para a compra da casa própria ou o saque em momentos de necessidade.

Indenização por danos morais, materiais e existenciais

Se for comprovado que a Síndrome de Burnout foi causada por condições de trabalho abusivas ou irregulares, o trabalhador pode reivindicar indenizações por danos morais, materiais e existenciais. Os danos materiais podem incluir os custos com tratamentos médicos e a perda de renda devido à incapacidade de trabalhar. Já os danos morais e existenciais estão relacionados ao sofrimento psicológico e à deterioração da qualidade de vida. Estas indenizações podem ser buscadas na justiça, com o auxílio de um advogado especializado em direito trabalhista.

Como provar a Síndrome de Burnout

Para garantir os direitos mencionados, é essencial que o trabalhador obtenha um diagnóstico oficial da Síndrome de Burnout. Este diagnóstico deve ser feito por um médico especializado, como um psiquiatra ou psicólogo, que possa fornecer laudos e relatórios médicos detalhados. Estes documentos são fundamentais tanto para validar o diagnóstico perante o empregador quanto para a obtenção dos benefícios do INSS. Além disso, manter registros de denúncias e exigir que a empresa emita a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) são passos importantes para assegurar que todos os direitos sejam respeitados.

Peça ajuda!

A Síndrome de Burnout está se tornando mais comum no ambiente de trabalho atual. Os trabalhadores afetados por essa condição devem conhecer seus direitos para garantir uma recuperação adequada e proteger suas condições de trabalho.

Além disso, o suporte de profissionais de saúde e de advogados especializados é crucial para navegar pelos processos necessários e garantir que todos os direitos sejam respeitados. Se você está passando por problemas relacionados à Síndrome de Burnout, não hesite em buscar ajuda e assegurar seus direitos trabalhistas.